30.10.10

A ponte

No museu "a palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros".
Mikhail Bakhtin (1929)

Colecção de postais da 'Villa de Fafe'

Fotografia Manuel Meira

Ao longo das artérias que percorrem Fafe, exalta-se o «coração» da cidade: a Praça 25 de Abril. Espaço em que se criam memórias de horas de lazer, de correrias agitadas na realização dos deveres, do café depois do almoço...
Se, através do tempo, permaneceu como parte fulcral do chamado «centro histórico» da cidade, o mesmo não se poderá dizer da toponímia que a percorreu, como fruto das várias transformações políticas e ideológicas.


Já no início do século XVIII era referida por Carvalho Costa como «huma só rua, aonde está a casa da Câmara & Cadea».
Em 1866, este espaço possuía a designação de Largo de Fafe, sendo vulgarmente conhecida como a «estrada de Guimarães para Cavez».

Anteriormente, tinha tido outras designações como Largo da Villa e Centro de Fafe. Por esta altura, existem testemunhos que a designam de Largo de D. Luiz I, como alusão ao rei da época.


Em 1889, adquire o nome de Largo Municipal, havendo também referências do topónimo Largo Municipal de D. Carlos. Nesta altura, o rei D. Carlos I torna-se o sucessor de D. Luís I, passando, assim o largo a designar-se de Largo de D. Carlos I, nos últimos anos da monarquia.

Em 1907, D. Carlos I, quando se dirigia para Vidago, viria a visitar, em Fafe, o seu amigo monárquico Dr. Florêncio Monteiro Vieira de Castro, tendo sido o único monarca que visitou a cidade.
Reflectindo a Implantação da República, a 13 de Outubro de 1910, recebe a designação de Praça da República.


Em 1919 passa a chamar-se Praça do Brasil, mudando o seu nome para Praça de Dr. Oliveira Salazar, em 1938, pouco depois de Oliveira Salazar instituir o Estado Novo.


Após o 25 de Abril de 1974, adquire o topónimo de Praça 25 de Abril como referência à Revolução dos Cravos, o qual se mantém até aos dias de hoje.'

Produção Isabel Alves e Patrícia Cunha

24.10.10

'Grave Decisions' de Marcus H. Rosenmüller

Sessão de encerramento do Ciclo de Cinema Alemão Contemporâneo - Encontro de Culturas no Auditório da Biblioteca Muncipal de Fafe.
Dia 26 pelas 21h30
Entrada livre.

Grave Decisions (Wer früher stirbt, ist länger tot, 2006)
Germany
Director: Marcus H. Rosenmüller
Cast: Markus Krojer, Fritz Karl, Jule Ronstedt, Jürgen Tonkel, Saskia Vester and Johann Schuler

'The most talked about film at the 2007 German Film Awards, Grave Decisions tells the story of 11-year-old Sebastian (Markus Krojer), an innocent boy who was cruelly blamed for his mother’s death during childbirth. He lives in fear at the idea that he will languish in Purgatory before being damned to hell. Sebastian makes a decision that, in order to save himself from Purgatory, he will help others by doing good deeds. Despite all his efforts to do good, including asking his dead mother’s advice, he only succeeds in making things worse. His accidental crimes are too numerous to count, but they include drowning the family cat and nearly killing a woman..
Finally, he uncovers a promising lead on his journey towards redemption, resolving to help his father find a new wife. Assured of his righteousness, he won’t let anything get in the way of his quest for a new stepmother…even her husband!


This is the first full length film by director Marcus H. Rosenmüller. Grave Decisions has taken numerous international film festivals by storm, winning awards which include Best Direction and Best Production at the Bavarian Film Festival and the German New Faces Award in the category of Director.'
Com os devidos créditos - http://www.eurochannel.com

23.10.10

'Solino' de Farih Akin

Após visita guiada ao Museu das Migrações pelas 17 horas, sessão do Ciclo de Cinema Alemão Contemporâneo - Encontro de Culturas no Auditório da Biblioteca Muncipal de Fafe, com o filme Solino de Farih Akin.
Dia 24 pelas 21h30.



Growing up in an Italian family in Germany, the Amato brothers play, fight, fall in love and party like everyone else. As Gigi realises his childhood dream of becoming a filmmaker, Giancarlo is corrupted by envy. When their father puts them under pressure to take over the family restaurant business, the brothers find themselves pitted against each other in a Cain and Abel-like drama that lurches between Germany and Italy. A story of brotherly rivalry, conforming to family expectations and finding the courage to follow your dreams.

18.10.10

'One Day in Europe' de Hannes Stoehr


Próxima sessão do Ciclo de Cinema Alemão Contemporâneo - Encontro de Culturas no Auditório da Biblioteca Muncipal de Fafe, dia 19, pelas 21h30.

Entrada livre.

15.10.10

Ciclo de Cinema Alemão Contemporâneo - Encontro de Culturas





Ciclo de Cinema Alemão Contemporâneo - Encontro de Culturas - Exibição do filme "Im Juli" de Fatih Akin, em parceira com o Goethe Institut e o Cineclube de Fafe (dia 15 às 21h,30) no âmbito das XI Jornadas de Cultura Alemã - 20 Anos de Estudos Alemães na Universidade do Minho.

O vasto programa contempla uma visita a Fafe com início no Museu das Migrações e das Comunidades, no próximo domingo, dia 24 pelas 17h.

Nos dias 25 e 26 de Outubro decorrerá na Biblioteca Lúcio Craveira da Silva, em Braga, o Colóquio internacional "Mnemo-Grafias Interculturais". A não perder. Mais informações em www.ilch.uminho.pt/dege

O filme "Im Juli" conta-nos a viagem de Daniel (Moris Bleibtreu) um professor novo e tímido de Hamburgo que decide seguir o que acha ser o seu destino. A aventura começa quando Daniel conhece Juli, uma vendedora de rua que lhe vende um anel que o levará ao verdadeiro amor. Daniel não imagina que o caminho será cheio de acontecimentos. Um delicioso road movie entre Hamburgo e Istambul.

Ficha Técnica
Título Original: Im Juli
País de Origem: Alemanha
Género: Aventura
Tempo de Duração: 90 minutos
Ano de Lançamento: 2000
Direção: Fatih Akin


O Ciclo de Cinema Alemão Contemporâneo - Encontro de Culturas integra ainda 3 sessões a realizar no Auditório da Biblioteca Muncipal de Fafe, pelas 21h30

Dia 19 - One Day in Europe, de Hannes Stoehr

Dia 24 - Solino, de Farih Akin

Dia 26 - Grave Decisions, de Marcus H. Rosenmuller


Entrada livre.
Apoio da Câmara Municipal de Fafe.

13.10.10

Sessão - Documentário


Exibição do documentário "Ou Mun Ian, Macaenses" de Cheong Kin Man no Auditório da Biblioteca de Fafe no passado dia 6 de Outubro - duas agradáveis sessões com alunos de 4 turmas da Escola Profissional de Fafe e algum público não escolar que não quis deixar de assistir ao evento.

Como nos dizia um dos presentes no final da sessão:
- Gostei muito. Acho que é muito importante conhecer as ligações entre Portugal e Macau. Não sabia que Portugal está assim tão presente... E não é todos os dias que podemos estar à conversa com um jovem que nos apresenta assim outra realidade... tão empenhado na sua história, na identidade do seu país e nos seus antepassados. Pelo que ouvi um dos seus trabalhos anteriores alertou para património de Macau antiga e contribuiu para que não fosse destruído. De louvar.

Foram também abordadas questões de "identidade" na actual situação de Macau, agora que passaram 10 anos sobre a entrega da governação de Macau por Portugal para a governação administrativa pela República Popular da China. Macau foi administrada por Portugal durante mais de 400 anos.
Para os jovens presentes foi ainda uma oportunidade de aferir condições e metodologias de trabalho após a formação académica.
A Cheong Kin Man um bom regresso a Macau e até breve.

9.10.10

O Prisma das Muitas Cores



A editora Labirinto, com o apoio da Câmara Municipal de Fafe e do Museu das Migrações e das Comunidades Portuguesas, acabou de dar à estampa «O Prisma das Muitas Cores», uma antologia de poemas de amor oriundos de Portugal e do Brasil.

A edição contempla 135 poetas contemporâneos portugueses e brasileiros, num tributo à língua portuguesa e ao amor, com coordenação de Victor Oliveira Mateus. No prefácio da autoria de António Carlos Cortez, podemos ler “se a generalidade dos leitores não vai até à poesia, compete à poesia ir ter com os leitores, sem que isso signifique empobrecimento da própria linguagem poética”.

Lançamento dia 9 de Outubro, pelas 16 horas, na livraria Bulhosa em Lisboa.

8.10.10

O Museu no Congresso da AEMI em Bilbao



Entre os dias 29 de Setembro e 2 de Outubro, o Museu das Migrações e das Comunidades Portuguesas, de Fafe, esteve representado na conferência anual da Association of European Migration Institutions, onde estiveram reunidos representantes de museus e investigadores de universidades que trabalham no âmbito do estudo do fenómeno migratório, oriundos de vários continentes. A edição deste ano da Conferência centrou-se na temática de “MIGRATION STUDIES, INFORMATION AND COMMUNICATION TECHNOLOGIES”, e decorreu no Palácio de Congressos de Bilbao.

Durante o discurso de abertura dos trabalhos, Julian Celaya, representante do Governo Basco, explicando o trajecto feito até ao momento pelas autoridades Bascas, salientou a inspiração que o «Museu de Fafe constituiu para o estudo do fenómeno das migrações e para a constituição do novo Museu das Migrações de Bilbao e respectivo centro de investigação».

O Museu das Migrações e das Comunidades esteve presente no programa com a comunicação “Ontologies supporting Migration studies and Virtual Museums” pelo Prof. Pedro Rangel Henriques que apresentou o trabalho por si e pela sua equipa desenvolvido (Daniela da Cruz, Flávio Ferreira e Nuno Oliveira) com aplicação no âmbito dos museus virtuais. A importância desta solução informática foi também contextualizada no domínio da necessidade de comunicação entre o universo daqueles que trabalham a linguagem informática e aqueles que desempenham funções no âmbito da museologia pela Drª Isabel Alves.

O Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Fafe, Pompeu Martins, salientou a importância deste momento para a continuidade de um projecto que agrega em torno de si reconhecimento não só no país, mas também na comunidade internacional. «Saio desta conferência com uma grande motivação, assente em duas constatações: a de que a obra que o Dr. Miguel Monteiro nos deixou continua a ser recordada com grande respeito, assim como todo o mérito que lhe assiste na conceptualização de um Museu como o que temos e que continuaremos desenvolver, mas também pelo lugar que ocupamos no seio da Association of European Migration Institutions, graças ao trabalho que estamos a construir e que nos une aos melhores que na Europa e no mundo trabalham nesta área. Saímos desta conferência com mais compromissos, mas também com mais suporte e com maior influência no âmbito da cooperação internacional e isso constitui uma excelente notícia para Fafe e para sua afirmação no domínio da Cultura».

5.10.10

"Ou Mun Ian, Macaenses"


6 de Outubro
10h e 14h30
Auditório da Biblioteca Municipal de Fafe
Entrada livre

CHEONG Kin Man é natural de Macau. É licenciado em Estudos Portugueses pela Universidade de Macau e coordenador de projectos do Studio Nilau, grupo que integra estudantes e profissionais de várias áreas que trabalham questões culturais de Macau.

Desenvolveu e apresentou vários projectos na área do documentário centrados na diversidade cultural e na identidade das populações de Macau pelos quais tem recebido vários prémios, apoios e bolsas, nomeadamente, pela Universidade de Macau, Fundação Macau e Fundação Oriente.

A convite do Instituto Internacional de Macau está a produzir o documentário em vídeo sobre Macau antiga, baseado na narração do académico Henrique Rodrigues de Senna Fernandes (falecido na 2ª feira, dia 4).

É também o produtor de “Pateo do Mungo” apresentado em Macau, São Paulo, Brasil e Lisboa, e de “As fontes da Água de Macau”, documentário apresentado em Macau, Cantão, Taichung (Taiwan), China e Lisboa.

Desde o ano de 2009 promove “Ou Mun Ian – Macaenses” já apresentado no Brasil, em Macau e Portugal. É realizado em vários pontos no mundo onde se encontra a diáspora macaense (Brasil, Canadá, Estados Unidos e Portugal) nos quais foram entrevistadas mais de uma centena de personalidades sob a forma de História Oral. Tem como consultor cultural o Doutor Jorge A. H. Rangel, presidente do Instituto Internacional de Macau e da Sociedade Histórica da Independência de Portugal.

Com os devidos créditos ao Museu do Oriente transcrevemos:

«O documentário resulta da observação e investigação do autor, feita a partir de 2008, e de uma série de entrevistas, documentos e imagens (mapas, fotografias e vídeos) tendentes a construir a identidade das gentes de Macau e dos filhos da terra, ou seja, os Ou Mun Ian (os primeiros) e os Tou Sang, ou macaenses luso-asiáticos. Daí, o subtítulo do trabalho: “Diferentes interpretações da identidade dos Ou Mun Ian, após a primeira década de Região Administrativa Especial de Macau”.

Um tema tão actual quanto ainda recentemente o jornal South China Morning Post alertava para a ameaça que paira sobre a comunidade macaense, “habitantes originais que estão em risco de se tornarem uma espécie ameaçada”. De facto, os macaenses, mais de 100 mil na década de 60, do século passada, são hoje cerca de um quinto desse número.»

O Museu das Migrações e das Comunidades numa organização conjunta com o Cineclube de Fafe integra o percurso deste documentário em Portugal, procurando dar a conhecer a identidade de Macau. Com a presença de CHEONG Kin Man.

Uma boa sessão.

Henrique de Senna Fernandes

Faleceu ontem em Macau Henrique de Senna Fernandes, advogado e escritor autor de "A Trança Feiticeira" e "Amor e Dedinhos de Pé".

Com os devidos créditos transcrevemos do jornal Público.

«Natural de Macau, onde nasceu a 15 de Outubro de 1923, Senna Fernandes, formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra onde foi colega de Agostinho Neto, Carlos Wallenstein e Carlos d’Assumpção - que viria a ser presidente da Assembleia Legislativa de Macau -, mas disse sempre que a sua vocação era o ensino. A advocacia, dizia, deu-lhe “alguma independência financeira”, mas a escrita e o ensino eram as suas paixões.

Foi professor e director da Escola Comercial Pedro Nolasco da Silva e presidente da Associação Promotora para a Instrução dos Macaenses quando se criou a actual Escola Portuguesa de Macau.

Muito interventivo, Senna Fernandes lamentava a “falta de estratégia” portuguesa para a Oriente, garantia que era a presença portuguesa em Macau que mantinha o segundo sistema da cidade e nunca escondeu os receios que teve da mudança de administração de Portugal para a China, embora nunca se tenha arrependido de ter ficado.

Com quatro livros publicados: Nam Van - "Contos de Macau", "Amor e Dedinhos de Pé", "A Trança Feiticeira" e "Mong-Há - Contos de Macau" -, Henrique Senna Fernandes deixa, pelo menos, três outros por terminar - "A Noite Nasceu em Dezembro", integrado na iniciativa "Cinco Anos, Cinco Livros" da editora Livros do Oriente e do jornal "Ponto Final", "O Pai das Orquídeas" e "Os Dores", aos quais dedicou os seus últimos anos.

Dois dos seus livros -- "A Trança Feiticeira" e "Amor e Dedinhos de Pé" - chegaram ao cinema. O primeiro pela mão de produtores chineses e com a participação de actores portugueses como Filomena Gonçalves e Ricardo Carriço; o segundo numa adaptação de Luís Filipe Rocha com a participação de Joaquim de Almeida.» in http://www.publico.pt/
Foto de Senna Fernandes cedida ao jornal Público pelo jornal Ponto Final (Lúcia Lemos/DR)

Senna Fernandes é uma das ilustres personalidades de Macau entrevistadas no documentário “Ou Mun Ian – Macaenses” de Cheong Kin Man, que será exibido amanhã no Auditório da Biblioteca Municipal de Fafe.

3.10.10

"Ou Mun Ian, Macaenses" de Cheong Kin Man

No próximo dia 6 de Outubro será exibido no Auditório da Biblioteca Municipal de Fafe o documentário "Ou Mun Ian, Macaenses" - organização Cineclube de Fafe e Museu das Migrações e das Comunidades. As sessões (manhã e tarde) contarão com a presença do produtor Cheong Kin Man, cujo trabalho se centra no estudo da língua portuguesa e na investigação na área da cultura e identidade macaense.

A exibição do documentário "Ou Mun Ian, Macaenses" é uma oportunidade de dar a conhecer outras vivências e contextos integrando temas como multiculturalismo, identidade e diversidade cultural, tão importantes nas sociedades actuais. A presença do produtor abre uma porta à abordagem do documentário enquanto género cinematográfico que se centra numa exploração da realidade, o que transforma este evento num espaço dirigido à comunidade em geral, e educativa em particular, principalmente das áreas de multimédia e fotografia.

Contamos com a sua presença, 4ª feira dia 6 de Outubro. Sessão da manhã a iniciar às 10h e sessão da tarde com início às 14h30.