17.5.11
Dia Internacional dos Museus - Museu e Memória
Mnemo-Grafias Interculturais
A tarde iniciou com a realização de uma visita ao Museu das Migrações e das Comunidades através da qual foi possível traçar linhas comparativas entre a realidade e representações dos diferentes países. Esta visita realizou-se no âmbito do programa das XII Jornadas de Cultura Alemã do Departamento de Estudos Germanísticos e Eslavos do Instituto de Letras e Ciências Humanas da Universidade do Minho e incluiu no amplo programa, apresentações de trabalhos realizados por alunos do Programa Intensivo ERASMUS/LLP "Mnemo-Grafias Interculturais".
Neste âmbito o grupo de trabalho foi posteriormente recebido no Auditório da Biblioteca Municipal de Fafe pelo vereador da Cultura da Câmara Municipal de Fafe, Dr. Pompeu Martins, seguindo-se as duas apresentações de trabalhos realizados em português pelos alunos que, na Alemanha, estudam a língua e a cultura portuguesa. Os dois trabalhos foram subordinados ao tema “Os Lugares da Memória Luso-Alemã em Hamburgo”, centrados nas representações interculturais e nos fenómenos migratórios.
O primeiro centrou-se na história do actual navio museu Rickmer Rickmers, um veleiro construído nos estaleiros Rickmers Werft em Bremerhaven, na Alemanha e pela primeira vez lançado à água em 1896. Em 1912 o navio foi vendido ao armador de Hamburgo, Carl Christian Krabbenhöf, sendo rebaptizado Max.
A sua história está fortemente ligada a Portugal. Aquando da 1ª Guerra Mundial, em 1916 o Governo de Portugal havia decretado o aprisionamento dos navios alemães e austro-húngaros ancorados nos portos portugueses. O Max que se então se encontrava atracado no porto da Horta, foi aprisionado, serviu os ingleses e posteriormente (1924) redenominado Sagres vindo a ser utilizado como navio-escola da Marinha Portuguesa, entre 1927 e 1962. Foi posteriormente adquirido pela associação alemã Windjammer für Hamburg e restaurado para ir ancorar finalmente no porto de Hamburgo como navio museu Rickmer Rickmers. De seguida foi feita a apresentação do porto de Hamburgo - Landungsbrücken - e do Bairro Português onde ainda hoje existe bem visível e activa a presença dos portugueses, em particular através do comércio e da gastronomia (ex.: os restaurantes portugueses, o “galão” e os pastéis de nata).
Foi ainda apresentado o cemitério Judeu de Altona, o mais antigo do norte da Europa e aguarda o reconhecimento de Património Cultural da Humanidade pela UNESCO.
Este espaço da comunidade judia de Altona remonta ao século XVI mas esteve encerrado desde o século XIX. Nos anos 1960 foi alvo de obras de restauro e conservação – das 8000 lápides 6000 foram conservadas. O cemitério está dividido sendo que numa parte se encontram sobretudo os túmulos dos sefaradi (judeus ibéricos) portugueses, com lápides ricamente ornamentadas e inscrições lusitanas; na outra parte estão os asquenazes ou asquenazitas - judeus provenientes da Europa Central e Europa Oriental - cujos túmulos têm estelas na vertical com inscrições em hebraico. (O termo asquenaze provém do termo do hebraico medieval para a Alemanha, chamada Ashkenaz - אשכנז).
Entre os túmulos, encontram-se os nomes de Frommet Mendelsohn, a mulher do filósofo Moisés Mendelsohn, e a avó do compositor nascido em Hamburgo, Felix Mendelsohn Bartholdy; também o do pai do escritor Heinrich Heine, Samson Heine.
Nesta bela tarde vieram até nós outros aspectos da emigração portuguesa - Hamburgo desde o século XVII.
Outra época, outras razões. Outros actores, outras representações.
10.5.11
Liberdade de Imprensa
Apresentamos de seguida uma breve visão histórica sobre o percurso da Liberdade na Imprensa.
"O exercício do direito de liberdade de imprensa foi objecto de uma Lei do Ministério da Justiça, publicada em 28 de Outubro de 1910. O referido diploma advogava a livre circulação das publicações, sem qualquer caução, censura ou autorização prévia, embora determinasse os limites dessa mesma liberdade de imprensa.
A partir do 28 de Maio de 1926 a imprensa começou a sentir o efeito da censura prévia, mesmo antes da legalização desta, em 1933. Visava todas as publicações periódicas, folhas volantes, folhetos e cartazes que tratassem de assuntos políticos e sociais.
O exercício da censura estava a cargo das Comissões de Censura, de nomeação governamental, subordinadas ao Gabinete do Ministro do Interior, por intermédio da Comissão de Censura de Lisboa. Esta Comissão teve como sucessoras, ainda em 1933, a Direcção Geral dos Serviços de Censura, e em 1935, a Direcção dos Serviços de Censura.
Com o alargamento das suas competências em 1936, a Direcção dos Serviços de Censura passou a intervir na fundação, circulação, distribuição e venda de publicações, nomeadamente estrangeiras, que contivessem matérias cuja divulgação não fosse permitida em publicações portuguesas.
A Direcção dos Serviços de Censura superintendia os Núcleos Regionais de Lisboa, Porto e Coimbra, dos quais por sua vez dependiam as Delegações espalhadas por todo o país.
Em 1940, foi criado, na Presidência do Conselho de Ministros, um Gabinete de Coordenação dos Serviços de Propaganda e Informação, presidido pelo próprio Presidente do Conselho, que integrava os responsáveis do Secretariado da Propaganda Nacional, da Direcção dos Serviços de Censura e da Comissão Administrativa da Emissora Nacional de Radiodifusão. Competia ao Gabinete de Coordenação dos Serviços de Propaganda e Informação coordenar as actividades de propaganda e informação dos diversos serviços públicos e assegurar a execução das directrizes governamentais relativas a essas matérias.
A Direcção dos Serviços de Censura foi mantida sob a tutela do Ministério do Interior até 1944, data a partir da qual o Secretariado Nacional de Informação passou a concentrar não só as funções do órgão que exercia a censura, mas também todas as competências do Secretariado de Propaganda Nacional e dos serviços de turismo.
Em 1972 a Direcção dos Serviços de Censura foi transformada numa Direcção Geral da Informação e a "censura" recebeu a designação de "exame prévio". in Portal Português de Arquivos
3.5.11
Viagens virtuais pelos lugares de memória
O Programa Intensivo - "Mnemo-Grafia Intercultural - Portugal, Itália e Alemanha em representações transmediais desde o século XIX" é uma iniciativa do Departamento de Estudos Germanísticos da Universidade do Minho e teve desde as primeiras diligências uma aceitação genérica por parte das universidades de Salerno e Hamburgo.
"A ideia subjacente ao programa é que toda a representação intercultural é – à semelhança da construção de «lugares de memória» nacionais – passível de ser entendida como um complexo processo semiótico, cujos multifacetados mecanismos e modos de funcionamento devem ser analisados numa perspectiva transcultural e transmedial."
O objecto de estudo definido são as "representações interculturais dos três países participantes deste projecto não só nos tradicionais média impressos (literatura, guias turísticos, etc.) como nos novos média audiovisuais e digitais (filme, internet), dando-se assim conta da crescente complexidade dos contactos entre culturas na era da hipermobilidade (turismo de massas) e da hipermedialidade.” in http://www2.ilch.uminho.pt/deg/
Neste âmbito o Município de Fafe vai receber no próximo dia 10 de Maio após visita ao Museu das Migrações e das Comunidades, pelas 16h, no Auditório da Biblioteca Municipal de Fafe duas “Viagens Virtuais” pelos espaços de memória:
- Os Lugares de Memória de Salerno e de Hamburgo
Com a presença do grupo de trabalho internacional composto de professores e estudantes alemães, italianos e portugueses da Universität Hamburg, da Università di Salerno e da Universidade do Minho.
Entrada livre.
XII Jornadas de Cultura Alemã
O Departamento de Estudos Germanísticos e Eslavos (DEGE) do Instituto de Letras e Ciências Humanas (ILCH) da Universidade do Minho organiza as XII Jornadas de Cultura Alemã. De 26 de Abril a 9 de Maio apresentam um amplo conjunto de actividades, como palestras, viagens virtuais, apresentações por alunos do Programa Intensivo ERASMUS/LLP "Mnemo-Grafias Interculturais", cinema e uma exposição de fotografia.
O Museu das Migrações e das Comunidades integra este programa - no dia 10 de Maio, após visita ao Museu, pelas 16h no Auditório da Biblioteca de Fafe serão feitas apresentações por alunos do Programa Intensivo ERASMUS/LLP "Mnemo-Grafias Interculturais":
O programa completo integra várias cidades e várias expressões:
Palestras
2 de Maio, das 14h-17h; 3, 4, 6, 9, 11 de Maio, das 9h30-13h Auditório do ILCH, Braga
- Relações Interculturais e Representações Transmediais (Alemanha - Itália - Portugal)
Por professores e investigadores da Universität Hamburg, da Università di Salerno e da Universidade do Minho
Viagens virtuais
4, 9 de Maio: 14h30 Auditório do ILCH, Braga
10 de Maio, 16h Museu da Migração e das Comunidades & Biblioteca de Fafe
- Apresentações por alunos do Programa Intensivo ERASMUS/LLP "Mnemo-Grafias Interculturais"
Os Lugares de Memória de Salerno e de Hamburgo
Os Lugares da Memória Luso-Alemã em Hamburgo
Cinema
Auditório do ILCH, Braga
- "Dans la ville blanche" (1983, Alain Tanner) - 6 de Maio, 18h
- "Go Trabi go" (1990, Uwe Timm) - 9 de Maio, 16h
- "Germania - Anno Zero" (1947, Roberto Rosselini) - 12 de Maio, 18h
Fotografia
Póvoa de Varzim
- Exposição itinerante "Ortszeit / Hora local"
Paisagens do Leste Alemão, antes e depois da reunificação
EB 2/3 Aver-O-Mar - 26 de Abril
Escola Secundária Rocha Peixoto - 13 de Maio
Convívio
4 de Maio, 21h30 Estaleiro Cultural Velha-a-Branca, Braga
- PETRA-Deutsch-Stammtisch / Tertúlia Luso-Alemã
- Lançamento do nº 21 da revista Einfall
- Abertura de Ciclo do BabeliUM: «Cidades com Línguas: Hamburgo»
Mais informações em http://www.ilch.uminho.pt/
«Ser Português Hoje»
Numa organização dos alunos do Mestrado em Ciências da Cultura da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), vai ter lugar, na Aula Magna da Universidade, na terça-feira (dia 3 de Maio) o Seminário "Ser Português Hoje", com a presença de oradores conceituados no mundo académico e literário.
Com início marcado para as 10 horas, o evento conta com as intervenções de Miguel Real (“Constantes da cultura portuguesa”), Cândido Oliveira Martins (“Pensar Portugal na ficção portuguesa actual”), Jorge Laiginhas (“Ser Português hoje como ontem… com humor afiado”) e Fernando Moreira (“Em que nos tornámos”). Haverá também uma exposição de fotografia - "O Sonho Português" com a colaboração do Museu das Migrações e das Comunidades e um momento musical. A entrada é livre para todos os interessados.
"Ser Português Hoje" é um tema actual, recorrente nos discursos do nosso dia-a-dia, e, por isso, sempre aliciante. Neste sentido, este seminário ambiciona ser um exercício de reflexão individual e colectiva, pretendendo, desse modo, contribuir para uma melhor definição da identidade cultural portuguesa.