Lançamento do livro "A Terra do Chiculate - Relatos da Emigração Portuguesa" de Isabel Mateus, no próximo dia 12 de Agosto, pelas 21h30 no Auditório da Biblioteca Municipal de Fafe.
A obra será apresentada por Nathalie de Oliveira, autarca da Câmara Municipal de Metz (França) e contará com a presença e participação da professora Maria da Conceição Tina Melhorado - a menina da foto do catálogo da exposição "Por uma vida melhor" de Gérald Bloncourt - fotografada nos anos 60, e incluída na página 86 deste livro.
A Terra do Chiculate pretende retratar as vicissitudes da emigração portuguesa, maioritariamente clandestina, em França, a partir dos anos 60, e revelar as suas consequências positivas e negativas transportadas até ao presente, quer na pátria, quer no país de acolhimento.
Ao mostrar o difícil passado recente da emigração portuguesa, A Terra do Chiculate alerta, igualmente, para a vigência e a actualidade do tema da emigração clandestina neste início de século.
A obra divide-se em três partes e dá voz, através dos seus relatos, na primeira pessoa, aos seus “reais protagonistas”. Deste modo, os protagonistas do livro partilham com o leitor a sua realidade mais íntima que, em muitos casos, ainda não tinha sido exteriorizada, inclusive, no seio da própria família.
Na primeira parte, intitulada “Naufrágio”, a narração da criança, entregue aos cuidados da avó materna, com apenas 12 meses, centra-se nas suas memórias indeléveis da infância e da juventude, exprimindo, sobretudo, o modo como a ausência dos seus pais se reflecte, de forma nefasta, na sua vida. Aliás, a sua experiência individual remete a temática para um panorama mais vasto, pois a sua situação vai ao encontro da mesma realidade familiar e social de tantas outras crianças e jovens do Portugal rural, principalmente do Norte e Interior do país, durante a época da Ditadura.
A segunda parte, “Viagem(ns)”, trata dos percursos de vida daqueles que deram “o salto”, isto é, dos seus sucessos e infortúnios provenientes desta epopeia da era moderna. Entre outras, aqui perpassam as histórias do passador, da criança e dos jovens arrancados à terra de origem, bem como as referentes aos homens e às mulheres e aos seus muitos trabalhos que passaram para se adaptarem ao novo país, à língua e à cultura.
No presente, “os protagonistas” mais idosos desta efeméride deparam-se com outro tipo de problemas: surge o dilema do regresso para Portugal ou da sua permanência em França ou, então, a opção pelo contínuo vaivém entre os dois países, até que as suas forças físicas e psicológicas o permitam.
Quanto às várias gerações de luso-descendentes, debatem-se pela procura e pela afirmação da sua identidade portuguesa, resolvendo deste modo o conflito, por vezes existente, entre o desequilíbrio da influência das culturas francesa e lusa.
A última parte da obra resulta das impressões de viagem do narrador adulto em peregrinação pelos espaços da diáspora dos primeiros emigrantes portugueses, onde se incluem os seus próprios pais, os seus familiares e os seus amigos. A partir daqui, pretende-se que as suas reflexões e considerações elucidem o leitor acerca deste período da emigração ainda mal conhecida por muitos e, até então, com aspectos por desmistificar.
Podemos concluir que nestes relatos as vozes do Passado e do Presente se fundem e se confrontam, tendo o objectivo primordial de dar continuidade ao seu legado da portugalidade no país de acolhimento, ao mesmo tempo que se reafirma a mesma intenção em relação ao território português.
A Terra do Chiculate pretende retratar as vicissitudes da emigração portuguesa, maioritariamente clandestina, em França, a partir dos anos 60, e revelar as suas consequências positivas e negativas transportadas até ao presente, quer na pátria, quer no país de acolhimento.
Ao mostrar o difícil passado recente da emigração portuguesa, A Terra do Chiculate alerta, igualmente, para a vigência e a actualidade do tema da emigração clandestina neste início de século.
A obra divide-se em três partes e dá voz, através dos seus relatos, na primeira pessoa, aos seus “reais protagonistas”. Deste modo, os protagonistas do livro partilham com o leitor a sua realidade mais íntima que, em muitos casos, ainda não tinha sido exteriorizada, inclusive, no seio da própria família.
Na primeira parte, intitulada “Naufrágio”, a narração da criança, entregue aos cuidados da avó materna, com apenas 12 meses, centra-se nas suas memórias indeléveis da infância e da juventude, exprimindo, sobretudo, o modo como a ausência dos seus pais se reflecte, de forma nefasta, na sua vida. Aliás, a sua experiência individual remete a temática para um panorama mais vasto, pois a sua situação vai ao encontro da mesma realidade familiar e social de tantas outras crianças e jovens do Portugal rural, principalmente do Norte e Interior do país, durante a época da Ditadura.
A segunda parte, “Viagem(ns)”, trata dos percursos de vida daqueles que deram “o salto”, isto é, dos seus sucessos e infortúnios provenientes desta epopeia da era moderna. Entre outras, aqui perpassam as histórias do passador, da criança e dos jovens arrancados à terra de origem, bem como as referentes aos homens e às mulheres e aos seus muitos trabalhos que passaram para se adaptarem ao novo país, à língua e à cultura.
No presente, “os protagonistas” mais idosos desta efeméride deparam-se com outro tipo de problemas: surge o dilema do regresso para Portugal ou da sua permanência em França ou, então, a opção pelo contínuo vaivém entre os dois países, até que as suas forças físicas e psicológicas o permitam.
Quanto às várias gerações de luso-descendentes, debatem-se pela procura e pela afirmação da sua identidade portuguesa, resolvendo deste modo o conflito, por vezes existente, entre o desequilíbrio da influência das culturas francesa e lusa.
A última parte da obra resulta das impressões de viagem do narrador adulto em peregrinação pelos espaços da diáspora dos primeiros emigrantes portugueses, onde se incluem os seus próprios pais, os seus familiares e os seus amigos. A partir daqui, pretende-se que as suas reflexões e considerações elucidem o leitor acerca deste período da emigração ainda mal conhecida por muitos e, até então, com aspectos por desmistificar.
Podemos concluir que nestes relatos as vozes do Passado e do Presente se fundem e se confrontam, tendo o objectivo primordial de dar continuidade ao seu legado da portugalidade no país de acolhimento, ao mesmo tempo que se reafirma a mesma intenção em relação ao território português.
Sem comentários:
Enviar um comentário