29.1.11

Call for papers: Maritime, migration and tourism history at crossroads



An interesting call for papers to the conference of the International Maritime Economic History Association in Ghent (Belgium) June 2-6, 2012.
Call for papers: “Maritime, migration and tourism history at crossroads: global maritime networks and their impact on the movement of people”

Proposals are invited for sessions at the 6th conference of the International Maritime Economic History Association in Ghent (Belgium) June 2-6, 2012.
The aim of the sessions is to highlight the importance of maritime passenger travel in the academic fields of maritime, migration, tourism and travel history and to explore the potential for new research by fusing methods, sources, and approaches used in each discipline. Despite the impact of maritime networks on the global movement of people throughout history, passenger transport has received little attention by maritime historians. It is true that the tonnage employed for passenger transport remained marginal compared to freight transport. Yet passenger lines were often the first to introduce new technologies and business strategies into the shipping world.

We invite papers that reappraise the importance of all forms of passenger transport in maritime history. This call is not only addressed to maritime historians but also to migration and tourism historians. Tourism and travel history is quickly gaining popularity as an academic field yet few studies have dealt with the means by which the vast majority of world travel was carried out. Sail and especially steam shipping played a crucial role in the development of global tourism. The same applies to the field of migration history, where most focus has been on why people migrate and very little on how. Nonetheless, there is growing awareness among migration historians that the influence of the shipping world may have been more important than what has been ascribed to so far. Embedded in pre-existing trade routes, both tourist and migrants often travelled on the same ships that were steered by long-established maritime networks. By exploring the connections between these various networks, the organizers of the sessions want to create a new platform for research enhancing the collaboration between maritime, migration and tourism historians.

If interested, please send an abstract and short CV by February 21st to Torsten Feys Torsten.Feys@UGent.be

The IMEHA is an international society which publishes the International Journal of Maritime History (IJMH) and Research in Maritime History (RIMH). The society also sponsors conferences and provides assistance for the study of maritime history.

28.1.11

Seminário "A Emigração na Primeira República"

Prof. Doutora Maria Beatriz Rocha-Trindade (CEMRI/UAb), Dr. José Ribeiro (Presidente da CMF), Dr. Pompeu Miguel Martins (Vereador da Cultura CMF)
Fotografias de Manuel Meira
Terminou num clima de satisfação, com a presença de dezenas de participantes, o seminário “A Emigração na Primeira República” que decorreu na passada 6ª feira, dia 21, no auditório da Biblioteca Municipal de Fafe, realizado no âmbito do programa oficial da Câmara Municipal de Fafe para as comemorações do Centenário da Implantação da República, através do Museu das Migrações e das Comunidades em parceria com o CEMRI – Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais/Universidade Aberta.

Na sessão de abertura o Presidente da Câmara Municipal de Fafe, Dr. José Ribeiro, assinalou o facto de o evento reforçar o trabalho de implementação do Museu das Migrações, “um projecto prioritário para o Município de Fafe”, que se consolidará como um projecto nacional. A emigração foi e é um factor estruturante das sociedades que deve ser efectivamente abordado ao abrigo de diferentes perspectivas de investigação. Paralelamente as comunidades de emigrantes podem participar activamente neste trabalho, visando o seu conhecimento, preservação e divulgação.
O painel da manhã com o tema “Primeira República - A Emigração e a Imigração em Portugal” foi moderado pelo Prof. Doutor Albertino Gonçalves do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho e contou com a comunicação “Políticas e práticas de emigração na Primeira República” pelo professor catedrático Jorge Fernandes Alves da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e investigador do CITCEM (Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória), que procurou equacionar as posições políticas sobre a emigração neste período, caracterizar as medidas tomadas e sondar a realidade através de dados históricos.

Comunicação do Prof. Doutor Jorge Fernandes Alves (FLUP)

Seguiu-se o professor catedrático Viriato Capela do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho apresentou “A emigração e o surgimento da acção regionalista em Portugal”. Este painel contou também com a presença dos contributos de dois investigadores do fenómeno migratório da Galiza para Portugal.

O professor catedrático Domingo Luis González Lopo da Faculdade de História e Xeografia da Universidade de Santiago de Compostela e coordenador adjunto da Cátedra UNESCO nº 226 sobre Migraciones situou o colectivo galego residente em Lisboa durante a segunda metade do século XIX. Analisou os estereótipos sobre a imagem dos galegos em Portugal, o desenvolvimento do associacionismo, a criação da imprensa para defesa dos seus interesses e a educação dos filhos – muitos já portugueses por nascimento -, assim como, a posterior intervenção política destes nos movimentos sociais e políticos e na sua colaboração activa na vida política e na instauração da I República.

O professor Carlos Pazos Justo do Instituto de Letras e Ciências Humanas da Universidade do Minho (Prémio de Investigação Carvalho Calero em 2009) apresentou uma aproximação à trajectória da emigração espanhola em Portugal na 1ª República com a comunicação “A emigração espanhola em Lisboa na Primeira República: o caso do enclave galego” tentando substantivar as estratégias que este adoptou no novo panorama político após 1910.
O painel da tarde subordinado ao tema “Portugal/Brasil - Factos, Gentes e Representações” foi moderado pelo Dr. Henrique Barreto Nunes, ex-director (recentemente aposentado) da Biblioteca Pública de Braga e do Arquivo Distrital de Braga, actualmente vice-presidente do Conselho Cultural da Universidade do Minho e pela Dra. Isabel Alves educóloga a desempenhar funções no Museu das Migrações e das Comunidades e coordenadora do seminário. O Dr. Henrique Barreto Nunes abriu o painel com profundas palavras de homenagem àquele que foi o seu grande amigo, historiador e defensor activo e permanente do património histórico - Dr. Miguel Monteiro, mentor do projecto do Museu.
Com a comunicação - “Portugal-Brasil: Trajectórias de sucesso e de insucesso no contexto migratório” - a professora catedrática Maria Beatriz Rocha-Trindade, fundadora do CEMRI, titular da Ordre National du Mérite, de França, com o grau de Chevalier, da Medalha de Mérito do Município de Fafe e da Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública, de Portugal, centrou-se na presença portuguesa no Brasil, que se estende desde o seu «Achamento» até à actualidade. Retratou os “Homens e mulheres que circularam entre o continente europeu e o continente americano, atravessaram o oceano num e noutro sentido, através do que poderia ser chamada: a «ponte atlântica». E, em cada época, não só encontraram justificação para fazê-lo como transportaram consigo a esperança de poder atingir uma melhoria económica ou de poder vir a alcançar uma situação de liberdade.”
Seguindo o tema Portugal-Brasil o Município de Fafe esteve representado pelo historiador local Daniel Bastos com a comunicação “O concelho de Fafe durante a I República e o fenómeno migratório” cujo principal objectivo foi “analisar as dimensões históricas da I República no concelho de Fafe que se interligam com o fenómeno migratório.”
Seguiu-se o professor catedrático Jorge Arroteia da Universidade de Aveiro, fundador da biblioteca digital Emigrateca Portuguesa que apresentou “Uma visão retrospectiva sobre as migrações portuguesas” e abordou os movimentos migratórios desde as Descobertas, passando pelos diversos “destinos da emigração portuguesa traçados desde os finais do século XIX que se alteraram no decurso do século XX.”
Terminadas as comunicações a sessão foi seguida de um espaço de debate que contou com uma grande participação do público presente. O evento foi encerrado pela coordenadora do seminário Dra. Isabel Alves, pela Prof.ª Doutora Maria Beatriz Rocha-Trindade que com o Dr. Artur Ferreira Coimbra constituíram a Comissão Científica do seminário, e pelo vereador da cultura Dr. Pompeu Miguel Martins que fez um especial agradecimento a todos quantos tornaram possível a realização do seminário (Isabel Alves, Jesus Martinho, Joaquim Gonçalves, Manuel Meira, Rita Gonçalves, Sandra Novais) e em particular à Prof.ª Doutora Maria Beatriz Rocha-Trindade por todo o percurso realizado desde o início da implementação do Museu. Reforçou ainda a vontade do senhor Presidente Dr. José Ribeiro na consolidação do Museu, apresentando uma visão dos projectos futuros.


Dra. Isabel Alves (MMC), Dr. Pompeu Miguel Martins (Vereador Cultura CMF), Prof. Doutora Maria Beatriz Rocha-Trindade (CEMRI/UAb)

Fez ainda um especial agradecimento a uma personalidade essencial na criação do Museu das Migrações e das Comunidades – o Historiador professor Miguel Monteiro. De assinalar que o seu nome foi lembrado ao longo de todo o dia por todos os oradores com palavras de admiração e carinho imensos, mencionado como alguém que tinha “o infinito como limite”.

10.1.11

Aniversário(s) e Memória(s)


"Dez de Janeiro foi de festa para a nossa linda terra! Inaugurou-se nessa noite o 'Teatro-cinema' - nome tão simples para obra tão grande."

Sob o título “O Progresso de Fafe – A Inauguração do Teatro-Cinema”, eram estas as palavras que se liam, na edição de 17 de Janeiro de 1924 do jornal “O Desforço”. O Teatro-Cinema foi inaugurado a 10 de Janeiro de 1924 pela então conceituada Companhia de Aura Abranches, com a peça de teatro “O grande amor”.

Construído no local onde existia já um antigo edifício de teatro, a sua construção deveu-se ao Dr. José Summavielle Soares, neto do “brasileiro” José Florêncio Soares, emigrante no Rio de Janeiro.
Esta belíssima obra coincidiu com o fim das iniciativas de capital de "brasileiros" de Fafe e dos seus descendentes, fechando o ciclo da emigração para o Brasil.

A notícia do jornal continua com pormenorizadas descrições:

Luxo e elegância desde o altivo salão nobre ao vasto palco confortáveis camarins, desde a deslumbrante entrada principal a plateia, frisas e camarotes; desde o agradável terraço ao jardim lateral.

Dignos de louvores são quantos colaboraram nesta obra importante: dignos de honra são: o técnico de 'A Japoneza, Lda', do Porto, sr. Duarte d'Almeida que deu aquilo tudo um tom prodigioso, caprichando no mobiliário e adorno do salão principal, que e, no género, um dos raros que devem existir; e os hábeis pintores que com tintas multicolores fizeram realçar o tecto, imprimindo-lhe poesia e o artista da sacada em cimento que sobressai na frontaria.

'Teatro-cinema'!
Quer dizer: ali, naquela case modelo, poderão funcionar as melhores e maiores companhias e exibir-se as mais perfeitas fitas cinematográficas.

E assim foi que, Quinta-Feira passada, teve a honra de trabalhar pela primeira vez no sobredito teatro, inaugurando-o solenemente, a Companhia Aura Abranches, uma das melhores do país.

Mas quem foi a personagem mais importante da grande noite, da noite de triunfo, de alegria, de afecto, de galas, de glórias? Foi, precisamente, o homem de reconhecida inteligência e acção, o bairrista apaixonado, o engrandecedor de Fafe, o dono da admirável case de espectáculos que e o Dr. José Summavielle Soares! Foi ele, não podia deixar de ser! ...

A Câmara, representada pela sue ilustre Comissão Executiva, dr. Artur Vieira de Castro, Dr. Parcidio de Matos, Dr. Manuel Moreira, Ângelo Fernandes e Vale Ribeiro, com seu estandarte, foi homenageá-lo ao palco, entre o 2.° e o 3° actos, levar-lhe uma mensagem escrita em pergaminho e metida numa luxuosa pasta. Tinha-o proclamado cidadão benemérito do concelho de Fafe.

Quando a Câmara apareceu no palco, as palmas foram estrondosas e demoradas, assim como depois do agradecimento do sr. dr. Summavielle. A orquestra executou 'A Portuguesa’ e tudo de pé e respeitosamente assistiu aquela passagem sublime da grande festa.

Além da imprensa local, assistiu ao espectáculo de inauguração o nosso prezado colega do Jornal de Noticias do Porto sr. Armando Gonçalves, funcionário superior da Câmara do Porto.

-'A Japoneza, Ld.ª, do Porto, foi a que ofereceu o espectáculo de inauguração os lindos programas profusamente distribuídos.

-A orquestra, sob a regência do snr. Joaquim Carvalho, que executou admiravelmente, era composta de amadores e profissionais da terra.
-O pessoal do teatro usava todo fardas.

As três lindas peças que se representaram nas noites seguintes -' Pilmerose', 'Madalena Arrependida' e 'Injustiça da Lei', agradaram muito, sendo os intérpretes entusiasticamente ovacionados.

No domingo, entre o 2.° e o 3.° actos, o sr. dr. Summavielle convidou a laureada actriz Aura Abranches a fazer o descerramento de uma placa de mármore com letras douradas colocada no átrio, onde leu, com surpresa, os seguintes dizeres:
-'Inaugurado em 10-1-1924 pela Companhia Aura Abranches'.

A placa de mármore permanece na entrada do Teatro Cinema e completa hoje 86 anos.

Também hoje, dia 10 de Janeiro, recordamos Miguel Monteiro, coordenador do Museu das Migrações e das Comunidades que completaria 56 anos.
Saudade.

3.1.11

Seminário "A Emigração na Primeira República"


O Museu das Migrações e das Comunidades integra o programa das comemorações do Centenário da Implantação da República da Câmara Municipal de Fafe com a realização de um seminário subordinado ao tema “A Emigração na Primeira República”.
A iniciativa tem como objectivo contextualizar o fenómeno migratório daquele período e é uma realização conjunta Museu das Migrações e das Comunidades e Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais – CEMRI – (Universidade Aberta), instituição parceira deste Museu em iniciativas anteriores.
O evento decorrerá no próximo dia 21 de Janeiro de 2011, no Auditório da Biblioteca Municipal de Fafe e reúne investigadores de várias universidades nacionais e estrangeiras, nomeadamente, da Universidade Aberta e do Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais (CEMRI), da Universidade de Lisboa, da Universidade do Minho, da Universidade do Porto e da Universidade de Santiago de Compostela.

Os trabalhos serão divididos nos painéis “A emigração e a imigração em Portugal” e “Portugal/Brasil - Factos, gentes e representações” e apresenta o seguinte programa:

09:00 Recepção dos participantes

09:30 Sessão de Abertura
Dr. José Ribeiro – Presidente da Câmara Municipal de Fafe
Dr. Pompeu Miguel Martins – Vereador do Pelouro da Cultura
Prof.ª Doutora Maria Beatriz Rocha-Trindade – Investigador/Fundador do Centro de
Estudos das Migrações e das Relações Interculturais – CEMRI – (Universidade Aberta)

Painel 1- Primeira República - A Emigração e a Imigração em Portugal
Moderação:
Prof. Doutor Albertino Gonçalves (Universidade do Minho/ Instituto de Ciências Sociais)

10:00 Prof. Doutor Jorge Fernandes Alves (Universidade do Porto/ Faculdade de Letras
da Universidade do Porto)
Políticas e práticas de emigração na Primeira República.

10:30 Prof. Doutor Viriato Capela (Universidade do Minho/Instituto de Ciências Sociais)
A emigração e o surgimento da acção regionalista em Portugal.

11:00 Coffee-break

11:30 Dr. Carlos Pazos Justo (Universidade do Minho/Instituto de Letras e Ciências
Humanas)
A emigração espanhola em Lisboa na Primeira República: o caso do enclave
galego.

12:00 Professor Doutor Domingo González Lopo (Universidade de Santiago de
Compostela/Faculdade de História e Xeografia/Cátedra UNESCO nº 226 sobre
Migraciónes)
Os lisboanos galegos: evolución económica, social e ideolóxica dun
colectivo inmigrante en Portugal.

12:30 Debate

13:00 Almoço

Painel 2 - Portugal/Brasil - Factos, Gentes e Representações
Moderação:
Dr. Henrique Barreto Nunes (Universidade do Minho/Conselho Cultural)
Dra. Isabel Alves (Museu das Migrações e das Comunidades)

14:30 Prof.ª Doutora Maria Beatriz Rocha-Trindade (Universidade Aberta/Centro de
Estudos das Migrações e das Relações Interculturais – CEMRI)
Portugal-Brasil: Trajectórias de sucesso e de insucesso no contexto migratório.

15:00 Prof.ª Doutora Maria do Céu de Melo (Universidade do Minho/Instituto de
Educação)
Ao espelho: o riso e o siso nos cartoons sobre emigração.

15:30 Dr. Daniel Bastos
O concelho de Fafe durante a Primeira República e o fenómeno migratório.

16:00 Prof. Doutor Fernando António Baptista Pereira (Universidade de Lisboa/
Faculdade de Belas-Artes)
Um discurso museológico sobre a emigração e os “Brasileiros” em Fafe durante a
Primeira República.

16:30 Coffee-Break

17:00 Prof. Doutor Jorge Arroteia (Universidade de Aveiro / Emigrateca Portuguesa)
Uma visão retrospectiva sobre as migrações portuguesas.

17:30 Debate, Balanço e Conclusões

18:00 Encerramento
– Dr. José Ribeiro, Presidente da Câmara Municipal de
Fafe

Visita ao Museu das Migrações e Núcleo das Artes (Teatro - Cinema)


As inscrições são gratuitas e poderão ser efectuadas até ao dia 18 de Janeiro para geral@museu-emigrantes.org ou pelos telefones 253 490 908 ou faxe 253 700 409.