Nos finais do século XIX é construído o porto de Leixões, na actual cidade de Matosinhos, distrito Porto. Os principais portos usados pela emigração portuguesa eram os das cidades de Lisboa, no rio Tejo e do Porto, no Rio Douro.
Para chegar ao Rio de Janeiro, até à década de cinquenta, a viagem era feita em barco à vela demorando cerca de 50 dias. A partir de 1851, usando o vapor, esta viagem passou a demorar apenas cerca de 24 dias. Se o vapor não fizesse qualquer escala, a viagem poderia fazer-se em 15 dias, de Lisboa ao Rio de Janeiro.
A emigração, na primeira metade do século XIX, estava limitada aos que podiam suportar o financiamento da viagem, cujo valor global era aproximadamente de 33$415 réis.
Para se entender a dimensão relativa desta importância, apresentamos como referência a "jorna" ou "jeira" salário diário de um trabalhador rural no valor de $160 réis, sendo necessários cerca de 208 dias de trabalho para financiar a viagem para o Brasil.
Assim, se hoje o mesmo trabalho diário corresponder, no mesmo contexto, a cerca de 40 Euros, o custo da viagem rondaria os 8 320 euros.
Face às despesas da viagem, estamos perante um impedimento da emigração generalizada, o que explica a emigração clandestina e a selectividade da emigração aos que tinham capital disponível ou a possibilidade de recorrer ao crédito. in www.museu-emigrantes.org
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