30.4.12

Fotografia e Investigação


No âmbito do Mestrado em Comunicação, Arte e Cultura terá lugar no próximo dia 2 de Maio, pelas 18 horas, no Auditório do Instituto da Educação, da Universidade do Minho mais uma sessão do Ciclo Percursos Profissionais na Área da Cultura.
O encontro, subordinado ao tema Fotografia e Investigação, contará com a participação de Álvaro Domingues, Professor da Faculdade de Arquitetura, da Universidade do Porto, e de Isabel Alves, responsável pelo Museu das Migrações e das Comunidades, de Fafe.

Mais informação aqui.

24.4.12

A emigração, a imprensa e a censura em Portugal


"A emigração vista por escritores portugueses: Quando os portugueses partiam a salto"

por Isabel Vieira – Universidade da Sorbonne, Paris

'O salto representou para muitos portugueses a única via possível para sair de Portugal salazarista e caetanista. "O salto" ou "passaporte de coelho" inspirou o cinema francês ("O salto" de Christian de Chalonge (1967), e documentários "Les gens do salto" de José Vieira.
A palavra "emigração" irritava a censura e qualquer referência ao fenómeno não era bem-vinda. Os escritores, que na maioria tinham simpatias à esquerda, eram homens a banir das linhas dos jornais. Escrever sobre a emigração e sobre "o salto" era arriscado, por esse motivo a literatura sobre "o salto" não se desenvolveu antes do 25 de Abril, excepto um romance de Nita Clímaco 'A salto' (1967) que foi autorizado. Esta situação permite uma interrogação sobre as condições da saída deste livro, enquanto outros textos como 'Histórias dramáticas da emigração' de Waldemar Monteiro ou 'Emigração: fatalidade irremediável' foram proibidos.

Sabendo que em Portugal a censura controlava a imprensa e que não eram bem-vindos temas como “emigração”, críticas ao sistema político, social ou económico do país, todos os artigos publicados ou livros que saíram nos anos 60 (auge da emigração clandestina) retiveram toda a nossa atenção aguçando a nossa curiosidade. A censura prévia amordaçava os jornais mas também os livros, inclusivamente, após estarem em exposição e à venda nas livrarias, desencadeando situações perversas, ambíguas, arbitrárias, incompreensíveis, ou mesmo surpreendentes, obrigando os escritores e jornalistas à auto-censura.

José Cardoso Pires denunciando a censura afirmou que ela “fez-nos viver num país alienado”, Maria Teresa Horta ficou “marcada para sempre” e Luiz Francisco Rebello foi “civilmente assassinado”. Para mais, Manuel Ramos, redactor do Jornal de Notícias responde à pergunta “A emigração também era tabu para Salazar?”

Só foi em período de liberdade que os romances com a temática da viagem clandestina além Pirenéus foram publicados: 'Os dramas da emigração clandestina' ficou numa gaveta (escrito em 1963) e saiu em 1975, 'Cinco dias, cinco noites', foi também redigido antes da revolução, mas publicado em 1975, e 'Eis uma história' data de 1992.'

(...)

Qual é a visão dos escritores? O que é que as obras desvendam? Poderá encontrar respostas a estas e outras questões sobre a literatura e os escritores antes da Revolução dos Cravos no texto integral aqui.

E aqui um extenso levantamento de 900 livros censurados pela polícia política durante o Estado Novo, do investigador José Brandão

5.4.12

Migrance 39 : Appel à communications "Immigration – Décolonisation, 1920-1970"

Afin de marquer le cinquantenaire de l’indépendance algérienne et la fin de l’aventure coloniale française, l’association Génériques souhaite consacrer un numéro de Migrance sur le thème «Immigration – Décolonisation».


Ce numéro s’intéressera au rôle joué par les communautés indigènes issues des colonies d’Asie, d’Afrique et du Maghreb basées en France dans la lutte anticoloniale entre les années 1920 et 1970.

Les chercheurs travaillant dans le domaine des sciences humaines et les sciences sociales sur des thématiques telles que décolonisation, nationalisme, diaspora, militantisme social et/ou politique… sont invités à soumettre un article en anglais ou en français (max. 20000 signes). Afin de souligner les traditions militantes d’engagement anticolonial des communautés indigènes en France avant les années 1940 et bien au-delà de l’année 1962, le secrétariat de rédaction de Migrance encourage particulièrement les articles traitant d’organisation nationales et transnationales (syndicats, partis politiques, ligues…) dans l’entre-deux-guerres et la période postcoloniale.

Les auteurs qui souhaitent publier un article sont priés de soumettre un résumé d’environ une demi-page avec leurs coordonnées à Louisa Zanoun à l’adresse l.zanoun@generiques.org avant le 15 avril 2012. Une réponse leur sera donnée avant le 3 mai. L’article terminé devra être envoyé avant le 10 juillet en vue d’une publication début septembre



3.4.12

Documento do mês

Fotografia Manuel Meira

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Fafe foi fundada no dia 19 de Abril do ano de 1890. João Crisóstomo foi o seu principal fundador. Os primeiros estatutos, de 1891, vigoraram até ao ano de 1975.

Na imprensa local podemos encontrar múltiplas referências ao trabalho da Associação e aos actos de coragem e entrega dos Bombeiros Voluntários, assim como, ao seu fundador, em particular no Almanaque Ilustrado de Fafe (1909-2000), publicação anual fundada por Artur Pinto Bastos.

O Museu de Imprensa integra uma colecção de 1500 gravuras, matrizes únicas de admirável valor plástico e patrimonial, datadas de finais do século XIX até às últimas décadas do século XX. A técnica da gravura em metal começou a ser utilizada na Europa no século XV.

As matrizes podem ser feitas sobre placas de cobre, zinco ou latão, e gravadas com incisão directa ou pelo uso de banhos de ácido. As técnicas mais usuais são água-forte, água-tinta e ponta seca.

No presente ‘Documento do mês’ encontram-se em exposição duas gravuras em zinco, datadas de 1920 e de 1949, que foram utilizadas em posteriores edições anuais do Almanaque Ilustrado de Fafe, assim como, no Jornal ‘O Desforço’ na ilustração de notícias relativas aos Bombeiros Voluntários de Fafe.