11.3.10

Hugues de Varine em Portugal

Hugues de Varine estará de visita a Portugal entre 24 e 29 de Março de 2010.

Programa (sujeito a confirmação)
Dia 24 (Quarta-feira)
Visita a Mértola: Museu Municipal e Campo Arqueológico de Mértola

Dia 25 (Quinta-feira) às 11h00
Évora Universidade de Évora, onde fará parte do júri de arguição da tese de mestrado de Lígia Rafael Lisboa Palestra na Universidade Nova de Lisboa para alunos dos mestrados de Museologia e de Práticas Culturais para Municípios (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Departamento de História) – apresentação do livro “As raízes do futuro: o património ao serviço do desenvolvimento local” (18h00)

Dia 27 e 28 (Sábado e Domingo)
Museu do Douro

Dia 29 (Segunda-feira)
Lisboa: Padrão dos DescobrimentosVIII Jornadas do ICOM-Portugal – Museus e Harmonia Social (10h- 16h)
11h45 – Comunicação de Varine: “Museus e Coesão social – Museus e Harmonia Social”

Publicado por Ana Carvalho em No Mundo dos Museus

3.3.10

Emigrantes - o Brasil


Sabemos que cerca 15 000 portugueses terão embarcado para o Rio de Janeiro, em 1808, acompanhando o Príncipe D. João VI. Instalaram-se no Rio de Janeiro e, como seria de esperar, constituiriam a elite política, administrativa, militar, judicial e académica de Portugal, tendo saído famílias completas que circulariam nas proximidades da família real e da corte, sendo o momento descrito como repentino, mal planeada e caótica.

Já entre 1855 e 1914 emigraram para o Brasil 1 296 268 portugueses e, do Município de Fafe, entre 1834 e 1926, cerca de 8722.

Na literatura encontramos pela mão de, por exemplo, Ferreira de Castro em "Emigrantes" (1928) uma descrição interessante desta realidade de finais do século XIX e início do século XX.
"Em todas as freguesias das redondezas, havia o mesmo anseio de emigrar, de ir em busca de riqueza e continentes longínquos. Era um sonho denso, uma ambição profunda que cavava as almas, desde a infância à velhice.

O Oiro do Brasil fazia parte da tradição e tinha o prestígio duma lenda entre os espíritos rudes e simples. Viam-no reflorir nas igrejas, nos palacetes, nas escolas, nas pontes e nas estradas novas que os homens enriquecidos na outra margem do atlântico mandavam executar. Viam-no erguer-se, refulgente, ofuscante, em moedas do tamanho do sol ao fundir-se na linha do horizonte, precisamente para os lados onde devia ficar o país maravilhoso. E nenhuma esperança de grande prosperidade havia que não fosse cimentada com esse oiro que lá longe brotava, ininterruptamente.

Registavam-se até desalentos, pouca perseverança no trabalho da terra nativa, porque ninguém tinha fé, ninguém, em que esta viesse a compensar desgostos e canseiras.
Palavra mágica, o Brasil exercia ali um sortilégio e só a sua evocação era motivo de visões esplendorosas, de opulências deslumbrantes e vidas liberadas. Sujeitos ao ganha-pão diário, sofrendo existência mesquinha, os lugarejos sonhavam redimir-se, desde as veigas em flor ao dorso das serranias, pelo oiro conquistado no país distante.

Aquela ideia residia dentro do peito de cada homem e era orgulho implacável até nos sentimentos dos mais agarrados ao terrunho. Vinha já dos bisavós, de mais longe ainda; coisa que se herdava e legava, arrastando-se pela vida fora como um peso inquietante. Todas as gerações nasciam já com aquela aspiração, que se fazia incómoda quando não se realizava.

Acocorava-se no canto da alma, como talismã, usável em momentos de desafio à sorte, ou como um bordão, para os instantes de soluções desesperadas
."
in "Emigrantes" de Ferreira de Castro

1.3.10

Visiting

Registo da visita de uma turma Curso EFA da Escola Secundária de Caldas das Taipas ao Museu, por iniciativa do professor Hugo Rodrigues.